DESTAQUES

Desfiles multiplicaram-se por todo o concelho
Carnaval muito animado

Futsal na Hungria
Padres campeões europeus

EDITORIAL

Armindo Veloso



Conteúdo e forma
O governo optou por não dar tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval. Como sabemos, os usos e costumes fazem muitas das vezes lei. No caso do Carnaval, não sendo um feriado, embora muita gente o confunda como tal, institucionalizou-se que não se trabalha nessa terça-feira.
Lembremo-nos da confusão que deu em 1993 quando o então Primeiro Ministro, Cavaco Silva, não deu tolerância de ponto. Até dizem que começou aí a rampa descendente do seu governo.
Numa situação dramática como a que vivemos o actual governo, a três semanas do Carnaval, ficaria sempre mal na fotografia. Vejamos, com uma crise aguda no terreno sem fim à vista e com a eliminação de quatro feriados, esses sim oficiais, que lógica teria dar a terça-feira de Carnaval? Se desse haveria críticas justas por todo o lado. E logo com a nossa querida imprensa... Se não desse, como resolveu fazer, disseram que o povo tem direito à folia, ainda mais porque andamos deprimidos.
Então, no meu entendimento onde é que o governo falhou estrondosamente? Foi em não ter decidido este assunto há três ou quatro meses dando tempo para que o país nesse dia funcionasse com toda a normalidade, exceptuando, legitimamente, os concelhos onde o Carnaval tem tradição. Aí, haveria tolerância de ponto dada pelos municípios. Assim, não houve julgamentos marcados; não houve consultas agendadas, não houve imensas actividades que requerem programação atempada. Tivemos uma terça-feira atípica.
Para mim, a maior parte de nós que critica a não tolerância de ponto no Carnaval, não tem nada a ver com o Carnaval em si mesmo. Será que mais de dez por cento dos portugueses ligam, mesmo, ao Carnaval? Não me parece. Agora, já ligam, isso sim, ao facto de com um diazito de ponte, segunda-feira, poderem fazer quatro dias seguidos de folia. Quem sabe no Algarve.
Até um dia destes.
CASTELO

GNR

“Censos Sénior” é a operação que a GNR está a desenvolver em todo o território nacional. Para além de tomar conhecimento das condições de vida dos idosos que vivam sozinhos e/ou em situação de isolamento, os militares aproveitam a visita às suas casas para lhes transmitirem conselhos com vista a precaver furtos e burlas, uma vez que se trata de uma faixa etária muito vulnerável. Com a presença dos militares, os mais velhos sentem-se mais seguros.
CASTELO DE AREIA
Idosos

É um cenário de tristeza e alguma solidão que a GNR traça do contacto com a população sénior dos concelhos que abrangem a área do Destacamento da Póvoa de Lanhoso que, para além do concelho povoense, integra os concelhos de Amares, Terras de Bouro e Vieira do Minho.
Os mais velhos sentem-se abandonados pelos filhos e relatam as suas histórias aos militares da GNR que, naquele momento, são o ombro amigo que os visita e que os ouve. Resta perguntar: para onde caminhamos, para onde vai a nossa sociedade? Hoje são eles, amanhã seremos nós que estaremos no seu lugar.

Folia dos mais velhos



Seniores festejaram o Carnaval

Cerca de 260 utentes das instituições de solidariedade social e dos centros de convívio do concelho da Póvoa de Lanhoso participaram, na tarde de segunda-feira, dia 20 de Fevereiro, na Festa de Carnaval, promovida pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.
Trajados a rigor, os mais velhos marcaram presença num momento de grande animação onde não faltou a música e a dança. Os mais velhos colocaram atrás das costas a idade e a solidão e o momento foi de grande alegria, com a boa disposição dos “mais crescidos” a contagiar o ambiente.
Os piratas, os músicos, os marinheiros e os reis marcaram presença na pista de dança, aos quais se juntaram os colaboradores das várias instituições presentes.
A Festa de Carnaval contou com a presença dos utentes dos Centros Sociais de Serzedelo, Taíde, Monsul, Sobradelo da Goma, Garfe e Calvos, do Centro Teresiano de Verim, da Casa de Trabalho de Fontarcada, da Associação “Em Diálogo” e da Assis, bem como dos utentes dos Centros de Convívio de Friande, S. João de Rei, Esperança e Vilela.

Santa Casa da Misericórdia



Crianças foram as estrelas

Os “animais” estiveram à solta na vila, na tarde de domingo, dia 19 de Fevereiro, no desfile das valências da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso. As joaninhas, as lagartas, as borboletas, os pavões, os papagaios, as aranhas, as galinhas, as tartarugas e as abelhas “passearam” pelas principais ruas da vila da Póvoa de Lanhoso, trazidas pelos mais pequenos. Mais uma vez, a criatividade esteve em alta e o desfile assumiu-se como o ponto alto dos festejos carnavalescos deste ano. Os vários “animais” tiveram a companhia dos “veraneantes dos anos 40 do séc. XX”, bem como os utentes e colaboradores das várias valências da Misericórdia povoense. A estes, juntaram-se os pais de alguns dos alunos, que deram um maior colorido ao desfile. O desfile contou, ainda, com a presença de elementos da Banda Musical de Calvos, da Fanfarra de Garfe, bem como de um grupo de Zés Pereiras, que abrilhantaram os festejos carnavalescos. À chamada não faltaram, também, os mais velhos, utentes do Lar de S. José, que, trajados a rigor, desfilaram pelas ruas da vila. Pelas 14 horas, as ruas da vila começaram a ganhar um novo colorido, com muitos povoenses, e não só, a colocarem-se em locais estratégicos para apreciar o desfile.
Como sempre, os mais pequenos brilharam e encantaram todos aqueles que assistiam ao desfile. Embevecidos, os pais e familiares aproveitavam para registar o momento, através de má-quinas de filmar e fotográficas. A qualidade e a criatividade, com as várias criações produzidas pelos colaboradores da Misericórdia, marcaram presença no desfile que atrai muitos forasteiros à vila da Póvoa de Lanhoso.

Verim


Gerações unidas na festa

O Centro Social e Teresiano de Verim viveu, na tarde de domingo, dia 19, momentos de grande animação, com a festa de Carnaval que uniu crianças, jovens e adultos, num momento de intergeracionalidade. O evento contou com a participação de técnicos, colaboradores, jovens e familiares dos utentes, com a festa a iniciar-se, logo pela manhã, com a decoração do espaço. “Foi um momento em que os idosos, as crianças e os jovens participaram activamente, fomentando o convívio, relembrando tradições.
Contou com animação musical e de palhaços que ajudaram a animar, com pinturas faciais e moldagem de balões”, refere Maria de Fátima Gouveia, directora da instituição. “Esta acção permitiu ainda o envolvimento de todos os participantes, possibilitando o fortalecer dos laços de amizade e dando a conhecer a população local o que de melhor se faz com os utentes (crianças, jovens e idosos) desta instituição”, salienta a directora Fátima Gouveia.
Além do lanche-convívio, o momento contou com a atribuição de prémios aos melhores mascarados.

Taíde


Mar inspirou o desfile de Carnaval

O desfile de Carnaval, promovido pelo Centro Social de Taíde, inspirou-se, este ano, no mar. Na tarde de domingo, dia 19, mais de cem figurantes e vários carros alegóricos desfilaram pelas principais artérias da freguesia. Mais uma vez, o povo de Taíde uniu-se para presentear quem ali compareceu com um desfile de grande qualidade.
As pequenas “´perolas” que frequentam o berçário da instituição desfilaram num carro concha; às quais se juntaram as peixeiras, as sereias, os peixinhos Nemos, os polvos e os marinheiros.
Um autocarro de dois andares transportou os mais “crescidos” que, naquele dia, se transformaram em autênticos marinheiros. As ruas de Taíde foram “tomadas de assalto” pelos piratas que desfilaram num barco, com cerca de oito metros de comprimento e cinco de altura.
A população de Taíde uniu-se neste evento promovido pelo Centro Social de Taíde. Aos colaboradores e utentes, juntaram-se os familiares e amigos do Centro Social. Mais uma vez, a intergeracionalidade foi proporcionada pelas gentes de Taíde. Pequenos e crescidos juntaram-se numa tarde de grande animação.

Operação ‘censos sénior’


GNR próxima dos idosos

Decorre, até ao final deste mês, em todo o território nacional, a operação “Censos Sénior”, levada a cabo pela GNR.
No terreno, os militares da GNR vão ao encontro dos idosos que viviam sozinhos ou em situação de isolamento, numa operação que teve o seu início o ano passado. Para além da actualização dos dados existentes, relativamente aos idosos que vivem sozinhos e/ou isolados, os militares da GNR envolvidos na operação esclarecem os mais velhos relativamente a procedimentos de segurança a adoptar, no sentido de evitar roubos e burlas.
“A operação realizada no ano passado foi considerada um exemplo de boas práticas e eficaz cooperação institucional, factos que determinaram a sua repetição em 2012. Na altura foram empenhados na operação 3 435 militares que registaram 15 596 idosos a residir sozinhos e/ou em locais isolados”, refere a GNR, referindo-se aos dados a nível nacional.
Na manhã de segunda-feira, dia 20 de Fevereiro, Maria Adelaide Rodrigues Fernandes, residente em Lanhoso, recebeu a visita do soldado Hugo Gonçalves, do Núcleo de Programas Especiais do Destacamento da GNR da Póvoa de Lanhoso. A residir na sua habitação, juntamente com o marido, Maria Adelaide tem vários familiares a residir próximo da sua residência.
Mostrando-se satisfeita com a visita do militar da GNR, Adelaide Fernandes foi respondendo às questões colocadas pelo soldado Hugo Gonçalves. O estado de saúde e as necessidades sentidas foram alguns dos tópicos da conversa.
“Há muitos idosos abandonados pelos filhos. Essa é a maior queixa dos mais velhos, que sentem falta de apoio por parte dos filhos”, referiu o soldado Hugo Gonçalves, no tocante aos casos encontrados em toda a área do Destacamento da GNR da Póvoa de Lanhoso, que abrange os concelhos da Póvoa de Lanhoso, Amares, Vieira do Minho e Terras de Bouro.
“É uma boa atitude da GNR. Ao verem a GNR, os mais velhos sentem-se mais seguros. Até nós, mais novos, vendo a GNR sentimo-nos mais seguros. No caso dos meus sogros, nós vivemos aqui perto mais há pessoas que vivem sozinhas”, referiu Maria Oliveira, nora de Adelaide Fernandes.
“Do retrato que os militares me têm feito, o que notam mais é a tristeza dos idosos, que se sentem desprezados e abandonados pelos seus familiares mais próximos”, referiu o comandante do Destacamento da GNR da Póvoa de Lanhoso, capitão Gonçalo Amado.
“Há idosos que ficam emocionados, que choram com a atitude da GNR, em os procurar, em os contactar”, salientou o capitão Gonçalo Amado.
Caso a caso, a GNR contacta com os mais velhos, a faixa etária mais vulnerável. As necessidades sentidas pelos mais velhos são encaminhadas pelos militares da GNR para as entidades competentes, nomeadamente a Segurança Social e IPSS’s concelhias.

Centro Social de S. Gens de Calvos


Novas instalações para breve

A movimentação de terras já começou e está tudo a postos para, dentro em breve, o Centro Social de S. Gens de Calvos arrancar com a construção das novas instalações, um anseio há muito sentido pelos elementos da direcção da instituição, presidida, actualmente, pelo padre Albino Carneiro.
O projecto de arquitectura já está aprovado e, dentro de pouco tempo, a obra começa a ganhar forma. Ao longo destes últimos tempos, os colaboradores e amigos da instituição têm promovido iniciativas de angariação de fundos. O Cantar dos Reis foi a última iniciativa levada a cabo pela instituição.
Com a concretização das novas instalações, o Centro Social passará a dispor de Centro de Dia, com capacidade para 25 pessoas e o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) terá capacidade para prestar apoio a 50 utentes. Actualmente, o SAD apoia 30 utentes.
“A missão do Centro Social da Paróquia de S. Gens de Calvos reforçada pela existência de uma procura e necessidades muito acentuadas de acompanhamento e prestação de cuidados de acção social à população idosa das freguesias circunvizinhas, potenciou um alargamento do âmbito de actuação da instituição, para lá das suas capa-cidades estruturais”, fundamentam os responsáveis da instituição.
A criação de novos postos de trabalho será uma realidade. Com o alargamento do Serviço de Apoio Domiciliário e a criação do Centro de Dia, serão criados sete postos de trabalho, que se juntam aos oito já existentes.
Para a concretização da obra, o Centro Social da Paróquia de Calvos efectuou uma candidatura ao Programa de desenvolvimento Rural, o âmbito da Acção 3.2.2 – Serviços Básicos para a População Rural, para assim, dar continuidade à instituição, através de um equipamento de raiz, num terreno doado, próximo às actuais instalações. (...)

No passado dia 8 de Fevereiro


Presidência Aberta em Taíde

Dando seguimento ao périplo pelo concelho, no âmbito da iniciativa “Presidência Aberta”, o presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Manuel Baptista, acompanhado dos elementos do seu executivo, visitou a freguesia de Taíde, no passado dia 8 de Fevereiro.
A visita foi acompanhada por Sérgio Soares, presidente da Junta de Freguesia de Taíde, juntamente com juntamente com outros elementos dos órgãos autárquicos da freguesia.
“Estamos sempre do vosso lado. Quem não tem nada para dar, a melhor coisa que pode dar é estar presente”, expressou, de entre outras ideias, o Presidente da Câmara nesta Presidência Aberta em Taíde, conforme pode ler-se na nota de imprensa enviada pela autarquia povoense.
A Escola EB 2,3 de Taíde, a empresa Baptista & Soares, as obras de construções do edifício da sede de junta e o Centro Social e Paroquial de Taíde foram alguns dos locais visitados pela comitiva.
Depois da visita aos vários pontos da freguesia, seguiu-se a audiência pública com a população. O saneamento, o abastecimento de água, iluminação pública e pavimentações, foram alguns dos assuntos abordados. A construção o Centro Escolar de Taíde foi outro dos assuntos abordados.
No tocante a este ponto, Manuel Baptista, presidente da Câmara Municipal revelou que “o projecto está aprovado, mas falta o financiamento”, admitindo ainda que a obra poderá não ser feita durante este mandato.
“Há promessas que fiz e que me vai ser difícil cumprir, porque me cortaram os meios”, salientou o autarca, a respeito da redução das transferências do Estado e das receitas próprias da autarquia. “Acima das obras estão as pessoas. A Acção Social e a Educação são áreas prioritárias e em que estamos a fazer apostas. Já somos referências no distrito”, apontou, no entanto, indicando ainda que o concelho está, em contraciclo, a conseguir criar postos de trabalho. “Foram aqui levantadas algumas questões importantes e algumas coisas só não serão feitas se não houver boa vontade”, concluiu o Presidente da Câmara, admitindo que “há coisas que será impossível fazer”. Desde 2006, a Câmara Municipal já investiu em Taíde cerca de um milhão e 700 mil euros.
De entre outras considerações, o Presidente da Junta, Sérgio Soares, também expressou preocupação, por exemplo, pela manutenção da extensão do Centro de Saúde em Taíde.

Junta crítica presidente da câmara

Moure quer parque valencial

Construir, na freguesia, um parque valencial, que una o desporto e o convívio é o grande objectivo da Junta de Freguesia de Moure, presidida por Gilberto Anjos.
“O parque da freguesia de Moure é um desejo antigo para a freguesia. Este prevê um conjunto de valências que a freguesia ainda não possui. Um espaço verde para desporto, caminhadas e convívios, um espaço que colmata uma lacuna da freguesia e de todo o baixo concelho”, explica Gilberto Anjos.
De acordo com o presidente, o local para a sua construção já existe e pertence à Junta há vários anos. “O projecto inicial já esteve inclusive no Plano e Orçamento da Câmara Municipal em 2005 mas, desde que o executivo camarário passou a ser liderado por Manuel Baptista, este projecto ficou arquivado numa gaveta do seu gabinete”, aponta Gilberto Anjos.
“Já desde que fui eleito, tive oportunidade de dar o benefício da dúvida ao actual presidente da Câmara. Sempre achei que poderíamos trabalhar em conjunto e fazer com que os mitos das diferentes, cores partidárias que incompatibilizem muitas vezes o trabalho entre as instituições Junta e Câmara fossem ultrapassados. Contudo, após os vários Planos e Orçamentos e respectivas alterações, a freguesia continuou esquecida, sem obras, sem apoios e pior do que isso, foi a falta de personalidade que este demons-trou, pois foi prometido em 2010 que a obra iria avançar, a vedação, aterros, desaterros e restruturação do projecto. Estamos no penúltimo ano dos nossos mandatos e até agora nada além de promessas e mentiras”, acusa o presidente da Junta de Freguesia.
O parque da freguesia de Moure prevê uma pista para corrida, marcha e ciclovia; uma zona para desportos quer de equipa como basquete, futebol de cinco, entre outros, quer tradicionais como a ma-lha; espaço para festas e com mesas para piquenique. Trata-se, pois, de um espaço de todos e para todos, desde dos mais novos aos menos jovens. “São cerca de 5000 m2 desaproveitados e quando se vê algumas obras levadas a cabo pela Câmara Municipal e os gastos supérfluos em rotundas e em desfazer para voltar a fazer estradas como aconteceu na vila em frente as piscinas municipais cobertas dói. Não é a toa que já existem ecos no nosso concelho de cansaço, insatisfação e vontade de encontrar novas pessoas com novas formas de fazer política no nosso concelho”, refere Gilberto Anjos, insatisfeito com a falta de obras na sua freguesia.

Pavilhão desportivo de Monsul


Obra está a arrancar

A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso está a iniciar a construção do pavilhão desportivo do Centro Educativo do Cávado, em Monsul.
De acordo com a Câmara Municipal, para além de ser-vir a população escolar durante o dia, à noite e ao fim-de-semana irá servir a população em geral e as associações e colectividades daquela zona do concelho, que abrange as freguesias de Águas Santas, Ajude, Covelas, Ferreiros, Friande, Geraz do Minho, Monsul, Moure, São João de Rei e Verim.
“Esta é uma obra muito importante num período muito difícil. É um compromisso que temos com os povoenses do baixo concelho e, por isso, vamos construir este pavilhão que, por servir duas áreas, educação e desporto, é uma prioridade”, considera o Presidente da Câmara Municipal.
“Este pavilhão desportivo resulta de um projecto promovido pela Câmara Municipal e cofinanciado pelo ON2 - O Novo Norte e QREN através do Fundo Europeu do Desenvolvimento Regional em 500 mil euros. A empreitada tem um investimento total de 801 mil 360 euros, suportando a autarquia o valor de 301 mil 360 euros”, dá conta a Câmara Municipal. Com uma área de quase 1800 m2, o pavilhão desportivo foi pensado segundo padrões low-cost, não abdicando de questões essenciais no que diz respeito a qualidade, conforto e funcionalidade, permitindo o acesso a pessoas com mobilidade reduzida.
As instalações serão compostas por dois corpos, um mais alto composto de pavilhão desportivo e arrecadação de material desportivo, outro mais baixo composto de balneários e instalações O Pavilhão Polidesportivo estará dimensionado para acolher competições de nível internacional, segundo as normas das federações desportivas. O acesso principal é feito pela zona de balneários. Será garantida iluminação natural uniforme através de clarabóias colocadas na cobertura que equipadas com mecanismos de abertura irão garantir também ventilação natural.

Futsal


Padre Gil é campeão europeu

Numa competição que decorreu na Hungria, a selecção portuguesa de padres sagrou-se campeã da Europa de futsal. Depois do segundo lugar no ano passado, numa edição em que o padre Marco Gil, pároco de Geraz do Minho, Monsul e S. João de Rei foi considerado o melhor jogador da competição, os padres portugueses conseguiram a vitória neste sexta edição do Campeonato Europeu de Futsal para sacerdotes.
Gyula foi a cidade húngara que acolheu a “Champions Clerum”, como também é designada a competição, cujo culminar ocorreu a 9 de Fevereiro. A tão almejada taça veio na bagagem dos sacerdotes portugueses, numa equipa liderada pelo padre Marco Gil. O vencedor da competição foi decidido através da marcação de grandes penalidades, num encontro que colocou frente-a-frente a selecção portuguesa e croata.
Até à final, os padres portugueses disputaram seis partidas, tendo saído derrotados apenas por uma única ocasião. Nas grandes penalidades, a selecção portuguesa bateu a croata por 5-4.
De ressalvar que, as despesas de deslocação são custeadas pelos próprios atletas que apenas contam com o equipamento gratuito e a cedência dos pavilhões para prepararem os jogos. Neste ano, a selecção de padres portuguesa, capitaneada pelo padre Marco Gil, fez história.
Manuel Baptista em entrevista exclusiva
“Sempre gostei de estar
no meio dos povoenses”


Gala do Comércio
Empresários premiados

EDITORIAL

Armindo Veloso



Anedotas à portuguesa
Infelizmente não é uma anedota. Mas parece.
Se os meus caros leitores forem na auto-estrada para o Algarve e virarem na placa que diz Ferreira do Alentejo vão entrar numa estrada nacional com piso de excelente qualidade, quase toda em linha recta e muito bem sinalizada.
Então onde está o espanto, tudo isto é normal num país civilizado, perguntarão.
Não, o anormal não está nisto. Conforme vamos andando nessa mesma via contemplamos os grandiosos olivais – de espanhóis, claro... - que a ladeiam e reparamos em enormes movimentações de terra por todo o lado com buracos e buracões, gigantescos saneamentos para as águas pluviais e grandes plataformas/tabuleiros de betão, alguns deles com centenas de metros de comprimento e, espantem-se, poucos metros de altura porque, como sabemos, o Alentejo é em grande medida plano.
Sabem qual é a finalidade desta obra de muitos milhões? Uma auto-estrada para Ferreira do Alentejo com ligação para Beja.
Entretanto destrói-se tudo o que aparece pela frente, para não falarmos das expropriações milionárias que têm que ser feitas aos proprietários dos olivais. Dizem-me que um dos maiores olivais do mundo está a ser dividido ao meio.
Alguns dos nossos governantes são loucos. E corruptos porque só pode haver nisto negociata de betão.
Cereja em cima do bolo: Na mesma zona, arre-dores de Beja, há um aeroporto com ínfimo movimento. Aviões praticamente não poisam nem levantam mas é pelo menos uma obra que se vê ao longe e “dignifica” o Alentejo!
Aprendam senhores autarcas! Ponham as ruas às escuras porque o IVA da energia aumentou e peçam um aeroportozito para as vossas terras. Assim é que se ganham eleições, pois claro!
Até um dia destes.
CASTELO

Emprego

Em entrevista ao “Maria da Fonte”, o presidente da Câmara Municipal dá conta de que “quer no Parque Industrial de Mirão quer no de Fontarcada estão a instalar-se novas empresas que têm gerado muitos postos de trabalho”.
Num momento em que se fala tanto em desemprego, notícias como esta dão alguma esperança a quem se vê a braços com o desemprego.
CASTELO DE AREIA
Austeridade

A subida das taxas do IVA e a alteração nas taxas do IVA de alguns produtos já se faz sentir nas carteiras dos consumidores, que fazem contas à vida. A hora é de apertar o cinto mas os portugueses esperam é que as medidas de rigor produzam os seus frutos e o país recupere da crise.

Escola Secundária unida


Apelo à Não-Violência Escolar

A formação de um laço humano foi um dos momentos que marcou o “Dia da Não-Violência Escolar e da Paz” celebrado, no dia 30 de Janeiro, em várias escolas de todo o mundo, ao qual se associou a Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso.
Depois da leitura, em sala de aula, de um texto sobre a importância deste dia e o dever de cidadania de cada um, a comunidade escolar – alunos, professores e assistentes operacionais, envergando uma t-shirt onde assumiam um compromisso anti-bullyng, concentraram-se no campo de jogos daquele estabelecimento de ensino para a construção de um laço humano. O momento contou, também, com a apresentação de uma performance e de cartazes a apelar à não-violência escolar. “Bullyng não é brincadeira”, “Direito de expressão não é direito a agressão” e “Diga não ao Bullyng” eram algumas das frases empenha-das pelos alunos presentes. Desta forma, toda a comunidade escolar uniu-se na erradicação da violência em contexto escolar.
Todas as iniciativas foram realizadas no âmbito do “Connecting Classrooms”, projecto promovido pelo British Council com o apoio, em Portugal, do Ministério de Educação através da Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC) e do Instituto Português da Juventude (IPJ), que envolve uma parceria com escolas da Grécia, República Checa e Reino Unido (Londres) e do qual é parceira a Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso, que integra o ENA Cluster, juntamente, as Escolas EB 2,3 de Paranhos, Matosinhos e de Mosteiro e Cávado e, ainda, as Secundárias de Caldas das Taipas, Carlos Amarante e Dr. Joaquim Gomes Ferreira. Trata-se, segundo os promotores, de um projecto direccionado para as questões do multiculturalismo, da inclusão e, como tal, da promoção dos valores da tolerância, solidariedade e respeito dos direitos humanos.
“O Dia 30 de Janeiro, dia da morte de Gandhi, é o dia escolhido para a não-violência na escola. É importante que nós sensibilizemos os nossos alunos para este flagelo que há, de bullyng na escola, seja erradicado. Provavelmente, a sociedade é também responsável por isto e compete à escola, também, alertar os nossos jovens para que este flagelo seja erradicado”, explicou António Teles, professor da Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso e coordenador da construção do Laço Humano.
“Este é um problema global que nos aflige a nós, portugueses, mas também a todo o mundo. É necessário que entendamos que os direitos à liberdade, à fraternidade, à igualdade, à tolerância e ao multiculturalismo sejam reais e não fictícios”, referiu ainda aquele responsável.
Assumindo a Escola Secundária da Póvoa de Lanhoso como uma escola inclusiva, José Ramos, director daquela unidade de ensino, alertou para a necessidade da presença de um psicólogo no estabelecimento de ensino.
“Somos uma escola inclusiva e, como isso, temos que nos preocupar sempre com as questões que possam de alguma forma ferir a sensibilidade do mais frágil. Essa foi desde sempre a preocupação da escola”, salientou.
“Não têm casos concretos mas há um caso ou outro que a gente desconfia. O lamento que a escola tem é o de não ter um psicólogo”, referiu o responsável, quando questionado sobre situações de bullyng naquele estabelecimento.
O Gabinete do Aluno foi a forma encontrada para compensar a ausência de um psicólogo, onde os alunos se deslocam e são atendidos. Em algumas ocasiões, o Gabinete do Aluno conta com a presença de duas enfermeiras do Centro de Saúde da Póvoa de Lanhoso.
“Falta-nos urgentemente um psicólogo”, referiu ainda António Ramos, revelando que o estabelecimento de ensino tem verbas para um serviço de psicologia e orientação mas falta o aval do Ministério das Finanças para que o serviço possa ser implementado.

Centro Comunitário Vale do Cávado


Idosos cantaram as Janeiras

No âmbito do projecto “Animação Socioeducativa para Idosos”, o Centro Comunitário do Vale do Cávado, em Monsul, proporcionou, aos idosos das dez freguesias do baixo concelho, um conjunto diversificado de actividades por ocasião da época natalícia. As Janeiras encerraram as comemorações.
De entre as várias actividades realizadas, destaca-se a decoração do espaço que todos os dias os acolhe; a visita à Aldeia dos Presépios, em Garfe, um dos pontos altos das festividades natalícias; a Ceia de Natal, com as iguarias próprias da época; e o Cantar de Janeiras. “Foi com o objectivo de recordar o passado, que os antepassados culturalmente nos legaram, que este período das festividades terminou. As melodias do Canto das Janeiras, foram levadas ao concelho de Amares e Braga, a convite de duas instituições: o Centro Social e Paroquial de Crespos e a Santa Casa da Misericórdia de Amares”, revelam os responsáveis do Centro Comunitário do Vale do Cávado.
Desde Setembro que o projecto dirigido à população sénior do concelho funciona diariamente. Dar uma resposta mais eficaz na diminuição do isolamento dos idosos, levando-os a participar em várias iniciativas de cariz sociocultural, promovidas pela “Em Diálogo” é um dos objectivos do projecto que centra a sua acção no bem-estar dos mais velhos.

S. Gens de Calvos


Porco bísaro foi rei à mesa

Do presunto aos enchidos, passando pelos rojões, a carne de porco é um dos alimentos presentes na mesa dos portugueses e uma das iguarias mais apreciadas na região minhota. Desde Maio de 2006 que a freguesia de S. Gens de Calvos, na Póvoa de Lanhoso, acolhe uma exploração, em modo biológico, do porco bísaro, uma raça autóctone que, em 1996, esteve à beira da extinção. No âmbito do projecto Biológic@, liderado pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, e que envolveu um conjunto de parceiros internacionais, o Hotel Rural Maria da Fonte, em S. Gens de Calvos, iniciou a produção em modo biológico do porco bísaro.
Na tarde de sábado, dia 4 de Fevereiro, aquela unidade hoteleira promoveu a Festa do Porco Bísaro, num momento que contou com a degustação de produtos oriundos do porco bísaro, como os enchidos e o presunto; workshop; Show Cooking; e um jantar.
Migas de penca com salpicão e feijão frade; ratatui com barriguinhas de porco preto braseadas; ovos mexidos com presunto bísaro e cebola, aro-matizados com tomilho-limão; e rojões de porco bísaro com castanhas foram algumas das especialidades confeccionadas no Show Cooking, num momento em que os presentes tiveram oportunidade para aprender a confeccionar uma refeição com produtos de porco bísaro. À volta dos tachos e panelas, Cândido e João Mendes, do Hotel Ma-ria da Fonte, preparam as várias iguarias, com o delicioso aroma a abrir o apetite dos comensais. “Não há segredo na preparação. O segredo está na qualidade dos produtos. Só se consegue fazer um bom cozinhado com bons produtos”, assegurou João Mendes, que destacou que a excelente qualidade dos produtos de origem biológica, em especial, da carne de porco bísara produzida naquela unidade hoteleira.
Confeccionadas as várias iguarias, seguiu-se o jantar temático, em que o porco saro foi rei à mesa.

‘Presidência Aberta’ em Verim


Cap. mortuária concluída este ano

Na visita à freguesia de Verim, no decurso da iniciativa ‘Presidência Aberta’, o presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Manuel Baptista, garantiu que a capela mortuária daquela freguesia será uma realidade no decurso deste ano.
“Bem-vindo a Verim e que o encontro resulte em algo positivo para Verim”, referiu Carlos Sousa, presidente da Junta de Freguesia de Verim, dirigindo-se ao presidente da Câmara, no início da visita do executivo camarário àquela freguesia.
Quanto à capela mortuária, trata-se, segundo Manuel Baptista, de uma situação pendente que vai ser resolvida, uma vez que a Câmara vai chamar a si a obra, sempre com a parceria da Junta.
Dando conta do bom entendimento com a Junta de Freguesia, Manuel Baptista agradeceu a forma carinhosa como foi recebido.
Dando conta das dificuldades sentidas, o presidente destacou que as obras têm que ser pensadas e bem analisadas. A pavimentação da estrada principal da freguesia, que passa junto à sede de junta, desde a “placa” ao “cruzeiro”, e parte do pavimento no Lagido foram duas das questões levantadas por um morador daquela freguesia.
“Ficamos contentes que nos diga que vamos concluir a capela mortuária. É um anseio da população. Sabemos que há dificuldade financeira, que é transversal a todas as áreas e as autarquias não fogem a isso e que não pode atender a todos os pedidos”, referiu o presidente da Junta de Freguesia de Verim, aproveitando a visita para dar a conhecer algumas das melhorias que gostaria de ver concretizadas naquela freguesia.
A repavimentação da Rua Padre Francisco Matos Vieira; a colocação de guias na ala nova do cemitério; uma intervenção junto ao cruzeiro, com a pavimentação do espaço central e a colocação de mesas, embelezando o espaço; e a pavimentação de um pequeno troço que liga o lugar de Sarola a Linhares foram algumas das beneficiações pedidas pela Junta de Freguesia.
“Sabemos que a Câmara teve redução de verbas e sabemos que é complicado. Entendemos isso mas a nossa obrigação enquanto órgão representativo de Verim é pedir”, frisou Carlos Sousa, presidente da Junta de Freguesia.
Durante o encontro, o abastecimento de água e a rede de saneamento foram outros dos temas da conversa.
Findo o encontro, os responsáveis da Junta de Freguesia e Assembleia de Freguesia de Verim, acompanhados do padre Elias Amaral, e do elementos do executivo camarário visitaram o Centro Teresiano de Verim e alguns pontos na freguesia, para verificar no terreno as obras que a Junta de Freguesia local gostaria de ver concretizadas.
Nesta quarta-feira, dia 8 de Fevereiro, a Presidência Aberta decorre na freguesia de Taíde.

Teatro - até 3 de Março


Theatro Club recebe Festival

Durante um mês, o Theatro Club assume-se como o centro do teatro amador. Iniciado a 3 de Fevereiro, o Festival Nacional de Teatro estende-se até ao dia 3 de Março.
Durante este período, sobem ao palco da ilustre sala de espectáculos povoense as melhores produções nacionais de teatro amador.
Na edição deste ano, à Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e à Federação Portuguesa de Teatro Amador associa-se a Fundação Inatel, num evento que conta, também, e pela primeira vez, com o apoio institucional da Secretaria de Estado da Cultura.
Uma das grandes novidades desta edição centra-se no prémio atribuído à melhor produção. Para além do Prémio Ruy de Carvalho, a melhor produção do concurso deste ano recebe um prémio atribuído pela Fundação Inatel, estreando no Teatro da Trindade, no Porto.
“Este é um concurso único no género no território nacional português, porque é um concurso de carácter competitivo que coloca num patamar de concorrência aquilo que de melhor se faz em Portugal ao nível do teatro não profissional”, considerou Fátima Moreira, vereadora da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.
“A Póvoa de Lanhoso é já um palco privilegiado para a realização de eventos relacionados com o teatro e numa altura em que há grandes constrangimentos financeiros e que há algumas dificuldades em termos orçamentais, a Câmara Municipal não quis deixar de continuar a apostar na realização do Concurso Nacional de Teatro”, referiu Fátima Moreira, destacando que se trata de um es-forço que tenta dar continuidade de quase 10 anos e que se assume como uma prioridade cultural da Póvoa de Lanhoso.
Finalizando o conjunto de intervenções, Manuel Baptista, presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, destacou a importância do trabalho colectivo e das parcerias. Dando conta dos constrangimentos financeiros, o autarca defendeu que o concurso de teatro é para manter.
“A Póvoa de Lanhoso é palco de um festival amador que muito nos honra”, referiu ainda o presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.
“O Assassinato de Agra, Estória de Cordel”, pelo Teatro de Ensaio Raul Brandão é a proposta para esta sexta-feira, dia 10 de Fevereiro. Para este sábado, dia 11, os interessados podem assistir a “A Hora Zero”, pelo Teatro Nova Morada. Todos os espectáculos têm início às 21h45.
Ao contrário das anteriores edições, em que a autarquia convidava um dos grupos presentes, as nove produções a concurso são, este ano, todas seleccionadas pela Fede-ração Portuguesa de Teatro, com critérios idênticos e com critérios que, de alguma forma, e segundo Fátima Moreira, tentam harmonizar todas as produções que sobem ao palco do Theatro Club.
Melhor produção – Prémio Ruy de Carvalho; Melhor Encenação; Melhor Interpretação Feminina; Melhor Interpretação Masculina; Melhor Guarda-Roupa; Melhor Cenografia; e Prémio Orlando Worm para o Melhor Desenho de Luz são os prémios a concurso. Para além destes, tem lugar a entrega do Prémio Prestígio/Personalidade, visando distinguir uma personalidade, associação ou organização de reconhecido mérito, que passa a denominar-se Prémio Fundação Inatel.
Fruto da parceria com a Fundação Inatel, a produção vencedora sobe ao palco do Teatro da Trindade no Porto, recebendo o apoio financeiro do novo parceiro do Concurso Nacional de Teatro, “na produção do espectáculo e no cachet de um encenador profissional, como forma de trazer uma nova linguagem e uma nova visão e, à partida, um grau de exigência que, por vezes, as estruturas amadoras não têm”, como explicou Sérgio Mateus, da Fundação Inatel. A tudo isto, junta-se ainda a formação e o apoio, sempre que possível, na digressão do espectáculo vencedor.

Manuel José Baptista, presidente da câmara


“O país mudou muito...”

Maria da Fonte - O ano 2012 inicia-se num ambiente nacional de grande apelo à contenção. O orçamento municipal também reflecte esta realidade?
Manuel Baptista – Sim, o orçamento aprovado é inferior ao do ano anterior e já tem espelhado um plano de redução da despesa. Aliás, é o que todos nós estamos a fazer em nossas casas. A autarquia tem de emagrecer nos seus gastos correntes e nos investimentos. Ao vermos reduzidas as transferências do Orçamento Geral do Estado e as receitas dos licenciamentos, não tínhamos outro caminho a não ser o de reduzir a despesa. Iniciamos um plano de redução de custos, adaptando os serviços municipais, eliminando um conjunto de iniciativas de carácter festivo, reduzindo a factura energética… O país mudou muito nos últimos seis anos. Duplicou a sua dívida externa e agora temos de pagar essa factura… O problema é que seremos todos nós a sofrer as consequências. E um exemplo disso é a alteração das regras de financiamento das autarquias.

MF - As alterações ocorridas penalizam os grandes projectos?
MB- Penalizam todos os projectos, sejam grandes ou pequenos. Os números ajudam-nos a perceber melhor o que mudou. Dou-lhe apenas dois indicadores. No ano de 2005, a Câmara recebeu cerca de 400 mil euros de taxas resultantes de projectos de licenciamento urbanístico; no ano 2011, recebeu 160 mil euros. Só mais um dado para não cansar com números: o valor anual que receberemos este ano do Orçamento Geral do Estado foi reduzido em 660 mil euros comparativamente com o que recebemos em 2009. Perante estes meros e se somarmos a perda de receita destes quatro anos, que é bem superior a dois milhões de euros, tudo o que estava planeado com base nas receitas desses anos tem de ser agora adaptado a esta realidade. Todos já percebemos que teremos de fazer opções e executar apenas o que for mais prioritário.

MF - Então pressupõe-se que muito dificilmente será cumprido o programa eleitoral que apresentou em 2009 aos povoenses?
MB- Nós não vamos mudar o que definimos ao nível da componente social nem ao nível da educação. Achamos que são áreas muito importantes onde não podemos retirar verbas. Mas teremos de adiar alguns projectos que em 2009 eram possíveis. A situação do país mudou muito nos últimos dois anos, o que nos obriga a fazer os ajustamentos necessários. Teremos de adiar a execução do projecto do Fórum Municipal, mas vamos canalizar as verbas dos fundos comunitários para alguns projectos nas freguesias que não estavam previstos.

MF - Quais as apostas da autarquia para os próximos dois anos?
MB – Como lhe referi, manteremos os investimentos na componente social e na educação. Em Setembro deste ano, entra em funcionamento o Centro Educativo D. Elvira Câmara Lopes, que permitirá melhorar significativamente a resposta ao nível do pré-escolar e do primeiro ciclo do ensino básico dos alunos das freguesias de Campo, Louredo, Vilela e Santo Emilião. É um investimento superior a dois milhões de euros, mas muito importante para esta zona do concelho. Este mês inicia a construção do pavilhão gimnodesportivo de Monsul que será um importante apoio para o centro educativo e para as freguesias do baixo concelho que terão à disposição um equipamento desportivo de excelência. Pretendemos também requa-lificar um conjunto significativo de centros cívicos de freguesias. Isso obriga-nos a redefinir a nossa estratégia no que diz respeito às candidaturas a fundos comunitários. Aproveitaremos, ao mesmo tempo, para alargar a rede de água e saneamento de forma a aumentarmos os índices de cobertura do concelho. A par dos investimentos, é nossa intenção aproveitar turisticamente os eventos europeus que ocorrem em Braga e em Guimarães e, por isso, estamos a programar as iniciativas culturais voltadas para estes projectos e estamos a melhorar a estratégia promocional. Dou nota de mais uma área que para nós é fundamental. Sem emprego não há desenvolvimento nem crescimento dos negócios na Póvoa de Lanhoso. Por termos esta certeza é que vamos continuar o bom trabalho que temos feito ao nível do apoio às empresas e ao nível da captação de novos projectos. Resumindo, estes próximos dois anos vão corresponder ao período mais difícil das medidas de austeridade nacionais. Mas, mesmo assim, vamos canalizar os recursos que te-remos disponíveis para assegurar os serviços mais importantes da autarquia e, se possível, fazer investimento nas freguesias.

“A nossa prioridade são as pessoas”

MF - Na Assembleia Municipal, a oposição aponta o dedo ao executivo municipal, nomeadamente quanto à alteração das prioridades e das grandes obras, referindo que não existe um rumo definido. Que comentário lhe merece tais críticas?
MB- Com o devido respeito, estou mais preocupado em conseguir atrair empresas para o concelho do que com as críticas da oposição. Cada um faz o seu papel que a democracia lhe permite. Mas não posso deixar de considerar interessante esta postura do PS… Nós estamos a alterar projectos não por falta de rumo, mas sim porque o Governo socialista do engenheiro Sócrates deixou o país à beira da bancarrota. Foi aprovado um plano de austeridade que foi assinado pelos socialistas e agora nós é que não temos rumo… Era bom que houvesse memória e sentido de responsabilidade.

MF - A ausência de obras em algumas freguesias foi referida, pelos elementos do PS, na última Assembleia Municipal. Torna-se difícil atender a todas as necessidades?
MB- Qualquer presidente de Câmara gostava de responder positivamente a todos os pedidos e a todas as ambições dos senhores presidentes de Junta. Mas isso não é possível, porque o nosso orçamento é limitado como os das Juntas de Freguesia. Mas quero deixar bem claro que os investimentos efectuados pela autarquia nas freguesias têm sido feitos com critérios objectivos e, ao longo destes seis anos, fizemos obras em todas elas. Aliás, sempre que necessário, como aconteceu recentemente em situações de emergência provocadas pelo mau tempo, nós actuamos de imediato como foi o caso das freguesias de Ferreiros e de Geraz do Minho. Os presidentes de Junta têm de perceber que também nas freguesias a realidade mudou e que têm de redefinir as suas prioridades. Vamos requalificar os centros cívicos onde for possível. Não deixaremos de apoiar o alargamento dos cemitérios. E estaremos atentos às acessibilidades…Mas não haja ilusões. A austeridade afecta-nos a todos. A nossa prioridade são as pessoas e os seus principais problemas. Disso não abdico. Não podemos falhar no acesso à educação, no pagamento dos transportes escolares, no apoio às famílias que estão desempregadas através do subsídio de apoio à renda de casa. Enfim, temos de responder ao essencial com a ajuda dos presidentes de Junta pois estes povoenses que apoiamos vivem nas freguesias.

MF - Já por várias vezes referiu que uma das prioridades é a captação de novas empresas. O que tem sido feito a este nível?
MB – Esse é um trabalho que tem dado bons frutos. Como disse anteriormente, sem emprego não há desenvolvimento nem bem-estar das famílias. Por isso, temos estancado a subida do desemprego através do apoio que fizemos a várias empresas para se instalarem no concelho. Quer no Parque Industrial de Mirão quer no de Fontarcada estão a instalar-se novas empresas que têm gerado muitos postos de trabalho. Aliás, neste momento, em Fontarcada, toda a área disponível, cerca de 35 mil metros quadrados está ocupada e, em Mirão, 75% dos pavilhões já têm empresas. Hoje mesmo, no dia que dou esta entrevista, tenho uma reunião com uma empresa de transportes que temos incentivado a instalar aqui a sua sede. Se a reunião correr como espero, vamos conseguir ter mais uma empresa em Mirão. É um trabalho discreto, mas com resultados muito positivos. Para mim, não há nada mais gratificante do que conseguir resolver os problemas das famílias através da criação de emprego. Quando visito estas empresas fico emocionado, pois sei bem a importância daqueles postos de trabalho.

“Sempre gostei de estar no meio dos povoenses”


MF- Acredita, então, que por esta via também está a apoiar o comércio local?
MB- Não tenho dúvidas. Os nossos comerciantes fazem um esforço enorme para segurar os seus negócios. O aumento do desemprego veio agravar a situação das vendas e, se conseguirmos contrariar criando emprego, vamos, certamente, melhorar a situação dos comerciantes. Nós pensamos o desenvolvimento do concelho no seu todo e não apenas na parte das competências da autarquia. Mui-tas vezes, vamos mais longe que isso. O apoio às empresas é um bom exemplo dessa política de proximidade.

MF - A vinda ao concelho de membros do Governo representa um sinal de bom entendimento entre a autarquia e os governantes. Espera colher frutos desta ligação?
MB- Pelo menos não se per-de nada. Claro que estes convites que temos feito a membros do Governo são para os sensibilizar para os nossos problemas. Mas este é um trabalho que merece alguma descrição.

MF - A Presidência Aberta, com a visita às freguesias do concelho, é um dos marcos deste mandato. Que balanço traça da iniciativa?
MB- Eu sempre gostei de estar no meio dos povoenses. Sou um homem do povo e é no meio dos meus pares que me sinto bem. Esta iniciativa é apenas mais uma que tem esse objectivo. Estar perto dos problemas dá-nos mais força para os ajudarmos a resolver. E vamos resolvendo os que forem mais prioritários. Mas também digo às pessoas, olhos nos olhos, que a Câmara não tem recursos para fazer tudo aquilo que elas gostariam.

MF - Que avaliação faz destes cerca de dois anos de mandato?
MB – Tem sido um tempo muito exigente. O país pediu ajuda externa para pagar os seus compromissos, que nos obriga agora a novas regras. O Governo mudou. Mudaram muitas das políticas municipais que exigem das autarquias um planeamento diário e não anual como era até aqui. Mesmo assim, estamos empenhados em fazer o nosso melhor e estou convencido que o país, e nós em particular, vamos dar a volta a esta situação. Eu acredito que este esforço que estamos todos a fazer vai permitir ao país ter outro rumo. Por isso, apelo à compreensão dos povoenses e não tenho dúvidas que seremos mais fortes se estivermos todos a remar para o mesmo lado.