Debate na Póvoa de Lanhoso

Tráfico de Seres Humanos

A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso promoveu, no dia 18 de Outubro, um workshop Sobre o tráfico de pessoas, com vista a assinalar o Dia para o Combate ao Tráfico de Seres Humanos. A iniciativa, dinamizada através do SIGO – Serviço para a Promoção da Igualdade de Género, realizou-se com a colaboração da OIKOS. Dado o elevado número de pessoas inscritas e participantes, mais de uma centena, houve necessidade de realizar duas sessões e não apenas uma, como inicialmente previsto. Assim, o auditório da Casa da Botica acolheu estas ações, de manhã e de tarde.
A Vereadora da Acção Social da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Fátima Moreira, abriu as sessões, que procuraram informar e sensibilizar para o problema do tráfico de pessoas. “No século XXI, não se justifica haver tráfico de seres humanos e todos temos que contribuir para isso”, referiu na sua intervenção, desafiando as pessoas que participaram a que difundam a informação que lhes foi transmitida, a que a passem a colegas, a familiares e a amigos e a que sejam pessoas atentas e para que aquele flagelo não aconteça nem aumente, em Portugal.
“Esperamos promover aqui uma reflexão sobre uma problemática que é cada vez mais actual”, considerou ainda Fátima Moreira. “Assinalar o tráfico dos seres humanos é também consciencializar-vos para a necessidade de estarmos atentos a esta problemática. A televisão tem trazido a debate as questões do tráfico sexual, muitas mulheres e jovens, rapazes e raparigas que são traficados com fins sexuais, mas também hoje, mais do que nunca, se fala de tráfico laboral e vê-se constantemente na televisão pessoas que, na procura de trabalho, se candidatam para ir para fora deste país e muitas vezes são enganadas. Vão para lá e não têm condições, não lhes pagam aquilo que lhes prometem, não fazem aquilo com que se comprometeram, isto também é tráfico, isto também é um problema para o qual nós temos que estar sempre alertas e sensibilizados”, salientou ainda.
Fátima Moreira referiu também que devemos estar conscientes de que aquelas situações podem acontecer a qualquer um de nós. “Isto tem de ser denunciado e há organizações que trabalham estas questões e que estão disponíveis para proteger estas pessoas, que podem correr o risco de serem traficadas”, referiu.
O workshop foi orientado por Ana Rodrigues da OIKOS, que, de entre outras considerações, referiu que aquela entidade, no âmbito da Educação para a Cidadania, está a trabalhar com um projeto que pretende informar as pessoas e sensibilizá-las para esta problemática do tráfico de seres humanos e da exploração laboral. Revelou ainda que estão a trabalhar esta questão do tráfico em cinco concelhos, de entre os quais a Póvoa de Lanhoso, identificados pelo Observatório do Tráfico de Seres Humanos. “O que é que isto quer dizer? Isto quer dizer que pode haver pessoas aqui da Póvoa de Lanhoso que estão a ser traficadas para fora e que pode haver pessoas de outros sítios a serem traficadas para a Póvoa de Lanhoso”, salientou.
Este workshop procurou  evidenciar o que é o tráfico de seres humanos e quais os sinais a que a comunidade deve estar atenta bem como formas de denúncia e de ajuda às vítimas.