EDITORIAL


Armindo Veloso
 

Pirómanos

Um fanático americano lembrou-se de fazer um vídeo, de péssima qualidade dito por quem sabe da poda, onde, usando a sua liberdade de expressão de uma forma irresponsável, deu largas à estupidez, ridicularizou o Profeta Maomé e, por conseguinte, os seus crentes, dando aso a reacções violentas de grupos extremistas muçulmanos.
Uma jornalista do jornal Público, em declarações à Antena 1, fazia uma análise que eu subscrevo em absoluto. Dizia a jornalista – espero que não me leve a mal eu não ter memorizado o nome dela – que aquele louco que provocou a revolta do mundo muçulmano não deveria ter atingido os seus objectivos, ou seja, ser estrela mundial. Se se tivesse informado os factos sem o destaque que se lhes deu, talvez se tivesse evitado grande parte das revoltas que, sendo verdadeiras, não passavam de ínfimas minorias. E terminava: - nós andamos sempre as dar o palco às minorias.
Mas que bem!
O direito a informar e ser informado não é posto em causa se se tiver senso e não se deitar achas na fogueira quando ela já está acesa pelos factos. O massacre que os media dão de certas informações muitas das vezes provocam o efeito bola de neve, provocando outras e assim sucessivamente.
Está provado, e mais que provado, que os ‘pirómanos’, cheguem eles  fogo de que tipo for, fazem-no muitas das vezes para serem célebres.
Ainda gostava de viver um tempo mediático onde numa manifestação de cem mil pessoas a notícia fosse os noventa e nove mil novecentos e noventa e nove que se portaram ordeiramente e não o um que partiu montras.

Até um dia destes.