‘AS misericóridas e a saúde: passado, presente e futuro’

“Sector social pode ajudar 
Estado a cumprir a missão”

Presidindo à cerimónia de encerramento do seminário internacional ‘As Misericórdias e a Saúde: Passado, Presente e Futuro’, organizado, a 5 de Maio, pela Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, referiu que olha para o sector social como “um sector de confiança, que pode ajudar o Estado a cumprir a sua missão, num tempo em que os recursos continuam escassos” e mostrou-se disponível a alargar a relação com o sector social a outras áreas.
Para o membro do Governo, o sector social é “um parceiro de viagem mas de longo termo, não de uma viagem de oportunidade, de oportunismo mas de alguém que está no Estado há muito tempo com uma responsabilidade solidária, subsidiária e complementar e que não procura retirar do Estado uma outra vantagem que não seja servir o bem comum com razoabilidade, bom senso e com pru-dência”.
Manuel de Lemos, da União das Misericórdias Portuguesas, salientou que a Misericórdia da Póvoa de Lanhoso é uma Santa Casa exemplar, pela maneira como é liderada, pelo trabalho que desenvolve e a forma como o desenvolve.
Aproveitando a presença do Ministro e do Secretário de Estado da Saúde, Manuel Lemos frisou que a relação com a ARS tem sido crescentemente mais fácil, tendo conseguido encontrar um clima de diálogo e compreensão. Manuel de Lemos não deixou de referir que as Misericórdias são o maior parceiro do Estado em termos do Sistema Nacional de Saúde.
A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso fez-se representar pela vice-presidente, Gabriela Fonseca, que, de entre outras considerações, fez referência à reposição da Consulta Aberta no Hospital António Lopes, mostrando o regozijo por tal medida e deixou a nota de que o concelho está de boa saúde, com uma boa resposta ao nível dos cuidados primários de saúde.
Ao longo do dia, foram abordados temas relacionados com as primeiras Misericórdias, a realidade das Misericórdias italianas, a importância do sector social e da sua relação com o Sistema Nacional de Saúde e com a Universidade; os ‘brasileiros de torna viagem’ e a sua filantropia ao serviço da saúde, bem como a assistência aos enfermos nos séculos XIX e XX, e os novos paradigmas para o futuro.
A iniciativa inseriu-se no programa comemorativo do centenário do Hospital António Lopes, cujo culminar tem lugar no próximo dia 5 de Setembro, data em que se comemoram os cem anos da obra erigida pelo benemérito António Lopes e que ficará marcada, como referiu o provedor Humberto Carneiro, na sessão de encerramento, pela inauguração da totalidade das profundas obras de remodelação e modernização do ‘velho’ edifício. Recorde-se que, o arranque do programa comemorativo, a 5 de Setembro de 2016, ficou gravado a ouro com a inauguração da nova Unidade Médico-Cirúrgica do Hospital António Lopes.
Humberto Carneiro recordou que o hospital povoense, “construído a expensas desse grande benemérito a quem a Póvoa de Lanhoso tanto deve, foi, ao longo dos últimos 100 anos, um raio de sol e de esperança que espreitou por entre as nuvens, para oferecer às gentes da terra a assistência na doença que antes não possuíam”.
“Exemplarmente moderno quando foi inaugurado em 5 de Setembro de 1917, um dos melhores que à sua escala  existiam no país, como à época registaram periódicos de tiragem nacional, o nosso hospital mudou muito, para melhor, durante este século de existência. Permito-me apenas recordar a recente inauguração da nova Unidade Médico-Cirúrgica que mais que duplicou o espaço físico disponível, acompanhada da natural modernização técnico-científica e do crescimento em termos de serviços e da contratação de competentes profissionais de saúde”, referiu ainda o Provedor da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso.