EDITORIAL

Do ouro ao orgulho

RUI MIGUEL GRAÇA
APóvoa de Lanhoso deu mais importante passo para a afirmação da filigrana como um elemento identitário, símbolo concelhio e, ao mesmo tempo, forma de homenagear homens e mulheres que, ao longo de várias gerações, trabalham os finíssimos fios que dão corpo a verdadeiras peças de arte. Falo naturalmente da abertura da Sala de Interpretação da Filigrana (SIF), que está agora instalada na Casa da Botica, num momento que serviu igualmente para lançar a Rede de Monumentos e Sítios.
Naturalmente que, para a Póvoa de Lanhoso, era imperioso a existência deste tipo de espaço museológico, uma vez que não fazia sentido lan-çar-se na etapa da certificação, sem possuir um local onde os visitantes possam perceber todo este universo. Desde o labor das pessoas, às próprias peças que podem ser vistas e admiradas por quem se deslocar à Casa da Botica.
Recorde-se que o município da Póvoa de Lanhoso, com a colaboração do município de Gondomar, está a dar passos decisivos para a certificação da filigrana, algo que pode ainda potenciar o concelho em outros pontos do globo.
Noutro âmbito, destaque para o encerramento das comemorações do centenário de António Celestino, com a inauguração de um mural de homenagem ao escritor em S. João de Rei. Obviamente que ganha ainda mais relevo quando este monumento fica na sua terra natal, próxima até da sua habitação, a conhecida Casa do Ribeiro. António Celestino é, sem sombra de dúvidas, também um dos orgulhos da Póvoa de Lanhoso e, merece amplamente que a sua memória perdure no tempo.
Por último, é verdade que faltou o ouro ao Grupo Desportivo Porto d’Ave, naquela que poderia ter sido uma conquista histórica para o clube axadrezado do concelho. Todavia a história não se faz apenas de vencedores, já que o grupo de trabalho, bem como todos aqueles que se deslocaram ao Estádio Cidade de Barcelos, para apoiar a equipa, deram uma verdadeira lição de entrega, empenho, abnegação e fair-play. É certo que a magnífica campanha não foi coroada com a Taça Associação de Futebol de Braga, contudo e, depois de ter regressado ao escalão máximo, jamais se imaginaria que o  Porto d’Ave seria capaz de fazer um campeonato de grande nível e pudesse chegar à final. Não foi este ano, ficou a experiência da participação e de deixar as suas gentes sonhar. Contudo a ambição deve manter-se, no sentido de regressar ao grande palco e, quem sabe, já na próxima temporada conseguir o que nesta escapou por pouco.